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1. - A Sé e o Mictório



«O Sanitário visível no postal foi uma obra da República. Entre muitos objectivos do novo regime politico , as obras de saneamento, higiene e limpeza pública, e "alindamento" das cidades foram uma prioridade. A Guarda nesta época não possuía sistemas de aguas e saneamento, o lixo e os dejectos eram lançados para a rua. A Câmara Municipal pagava a quem controlasse a praga de ratos, multava quem não cumprisse as leis de higiene (não esquecer que ao tempo a cidade estava cheia de tuberculosos que aqui faziam a chamada "cura livre"). A colocação destes sanitários públicos, houve outro em frente da Misericórdia, foi uma iniciativa do Presidente de Câmara JOSÉ de LEMOS, grande Republicano»
Bem haja Dra. Dulce Helena pelo esclarecimento. Recordemos que colocámos na altura a pergunta seguinte: «Qual a finalidade daquele "quiosque"? Recordemos também que apenas o Hernâni respondeu acertadamente. luis e luisa

SÉ CATEDRAL - BELA E IMPONENTE

slide-show de Luis Mário Cunha

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 Boa tarde, não conhecia o vosso blog sobre a Guarda, estou já há horas lendo e encantada com tudo que vi., as antiguidades, os estudantes., sobre a Sé.., quero parabenizar a todos que fazem esse trabalho fantástico!
Sou de São Paulo., Brasil., mas minha familia é da Sé da Guarda, e eu sou apaixonada por essa região...
Muito Obrigada pela oportunidade de conhecer um pouco mais sobre os meus ancestrais... 
Grata., Vall Cardoso.






FOROS e FORAIS da GUARDA - parte I

« … Sem historiarmos o passado da Guarda – o que outros já fizeram – há que a contextualizarmos nos parâmetros geo-estratégicos de finais de Undecentos, quando justamente lhe é concedida a primeira carta de foral.
A Guarda situada na vertente oriental da serra da Estrela, em terra de planalto pouco superior a mil metros de altitude, tem os seus primórdios muito relacionados com a expansão da vasta área em que se insere, e que veio a tomar o nome de Beira. Mas os ritmos de ocupação desse espaço foram muito diversos. Fixado o condado portucalense pelo Mondego, assistimos, desde os finais do século XI, ao povoamento do planalto beirão, entre o Caramulo e a Estrela, e ao longo dos vales do Paiva, Vouga e Dão.
Aí dominará Viseu, cidade romana, que teve foral logo em 1123, embora a sua Sé apenas se restaurasse em 1147. Mais para norte, no planalto da Nave, os castelos de Trancoso, Moreira, Longroiva, Numão e Penedono, datam do século X, ainda que tenham sido posteriormente abandonados, estando esta região a revitalizar.se em torno das décadas de 30 e 50-60 do século XII, com a outorga de forais a Numão (1130), Marialva, Moreira e Trancoso (todos de data incerta entre 1157-1169). De mais tardia ocupação é a vertente oriental da serra da Estrela e as margens do Côa e será com este espaço que a colonização da Guarda manterá um diálogo mais próximo. Era esta área atravessada pelas vias Colimbriana e Dalmatia, que facilitavam o trânsito dos cristãos e muçulmanos, em permanente enfrentamento, necessitando por isso de ser demarcada politicamente pelo domínio dos cristãos. Fernando II decide, então, em 1161, proceder à repoblacion de Ledesma e Ciudad Rodrigo. Reage Salamanca, amputada na sua jurisdição concelhia a ocidente, e do facto se aproveita mesmo Afonso Henriques.
Certo é que a partir da criação do concelho urbano de Ciudad Rodrigo, reforçado mesmo com uma nova diocese, pela transferência, pela transferência para o seu interior do suévico bispado de Caliábria, a reconstrução demográfica e colonizadora do território envolvente vai tendo lugar, Várias aldeias da margem oriental do Côa, como Sabugal, Alfaiates e Castelo Rodrigo são controladas pela sede urbana de Ciudad Rodrigo, recebendo depois, muitas dessas terras, os seus próprios foros ao tempo de Afonso IX.
O Côa parece demarcar-se como a fronteira política entre os reinos de Leão e Portugal, mas a ocupação da sua margem ocidental era muito menos significativa, apesar dos esforços dos cavaleiros de S. Julião de Pereiro e do mosteiro cistercense de Santa Maria de Aguiar. Sancho I procura resolver o problema. Promove então uma decidida acção de repovoamento e organização social do território, primeiro a partir da Guarda, a que entrega o foral em 1199, e depois eleva a bispado com a transferência da diocese egitaniense para este centro urbano, e poucos anos depois com a criação do concelho de Pinhel, em 1209, que directamente afronta o de Castelo Rodrigo. Esta acção é secundada pelos Templários, que concedem foral a Touro em 1220, e por D. Sancho II, que outorga foral a Sortelha (1228-1229) e Castelo Mendo (1229). E, desde então, estava criada uma sociedade enraizada na fronteira, hierarquizada, organizada e controlada por ambas as forças políticas, de um e do outro lado do Côa… »
in pág. 13 e 14: Forais e Foros da Guarda - edição da Câmara Municipal da Guarda – 1999